Muitas pessoas estão querendo virar robôs – e é exatamente o oposto disso que o profissional do futuro deve fazer.
Acredite se quiser: 65% dos alunos que estão no ensino básico vão trabalhar em profissões que ainda não existem. Os dados são de uma pesquisa apresentada no Sillicon Valley Conference, evento de empreendedorismo e inovação organizado pela StartSe.
A pesquisa apontou que a maioria das crianças e jovens que estão na escola atualmente não serão médicos, advogados, engenheiros, comunicólogos, arquitetos ou qualquer outra profissão escolhida por quem ingressa nas faculdades nos tempos atuais. Eles atuarão em mercados que ainda não existem – trabalharão em “profissões do futuro” que nós não fazemos a menor ideia de quais serão.
Em meio a tanta incerteza sobre o que de fato serão as oportunidades dos próximos tempos, como os professores podem preparar seus alunos e o que os profissionais que já estão no mercado podem fazer para garantir seus empregos num futuro próximo?
A resposta é simples: desenvolvendo suas habilidades comportamentais. O profissional do futuro não será mais fissurado em aprender técnicas ou saber fórmulas e teorias decoradas. Ele talvez nem precise trabalhar 12 horas por dia para ser valorizado naquilo que faz.
O profissional do futuro, diferente da maioria das pessoas que atuam no mercado de trabalho atual, terá mais preocupação em viver sua vida paralelamente, respeitando seus desejos, vontades e emoções. O profissional do futuro deixará de viver para trabalhar e começará a trabalhar para viver. Há 2 anos, uma palestra sobre o assunto que me fez refletir bastante, viralizou e até hoje é muito assistida e comentada, clique aqui para conferir.
Michelle Schneider, CEO do Linkedin Brasil, conta sobre uma dinâmica que acontece com os recém-chegados da empresa: eles precisam contar um pouco sobre “o que da sua vida não consta no Linkedin”.
Pode parecer uma dinâmica sem o menor fundamento, afinal, as pessoas estão ali para trabalhar, então por que existe o interesse em saber mais sobre suas vidas pessoais?
A resposta é simples: porque isso é o que mais agregará valor aos profissionais do futuro – e as grandes empresas estão começando a se preocupar com isso nos dias atuais. Que sorte!
Hoje, diversos empregos já foram substituídos por robôs e softwares. A inteligência artificial é capaz de aplicar técnicas e teorias de forma mais precisa e rápida que os humanos, então são nossas habilidades comportamentais que nos farão prosperar e manter nosso lugar no mercado.
O problema é que a maioria das pessoas não pensa assim. Estão todos preocupados em aprimorar cada vez mais suas habilidades técnicas e produzir cada vez mais no menor espaço de tempo possível. Muitas pessoas estão querendo virar robôs – e é exatamente o oposto disso que o profissional do futuro deve fazer.
O profissional do futuro deve se preocupar em cuidar do seu lado humano, em prosperar seus desejos e vontades, em encontrar um propósito de vida. Ele precisa parar de viver nos intervalos do trabalho e começar a aproveitar a vida além do escritório (ou seja lá onde for).
O profissional do futuro não acorda atrasado para o trabalho e não vai dormir pensando nos problemas da manhã seguinte. Ele prefere acordar com calma, se espreguiçar na cama, preparar um café e ler as notícias do dia.
O profissional do futuro tem tempo para praticar exercícios físicos todos os dias, tem tempo para tomar um banho relaxante de manhã e para meditar por alguns minutos. Ele chega cansado do trabalho e decide: não há mais nada para resolver hoje. E ele deixa a cabeça descansar, adiando as responsabilidades para a manhã seguinte: coisa que não trará nenhum problema posterior.
O profissional do futuro namora bastante e tem uma relação de verdade, daquelas sem celulares na mesa e sem falar sobre trabalho em todo o tempo que estão juntos. Porque o profissional do futuro tem assuntos muito melhores para abordar: ele fala sobre os livros que lê, sobre os filmes que assiste, sobre a maratona de 10km que participou e sobre a viagem que fará nas próximas férias.
Costumo dizer que o profissional do futuro é o ser humano do passado – que leva uma vida tranquila, preocupando-se na medida certa.
Aquele que vive a sua vida intensamente, de forma sistêmica, ou seja, equilibrando todos os pilares de sua vida, que se preocupa em degustar os prazeres da vida, verdadeiramente, dos mais simples aos mais sofisticados.
Diferente dos profissionais do presente, que resolvem a maioria das questões diárias por meio da internet, o profissional do futuro vai fazer mais reuniões presenciais, almoços de negócios e cafés no final da tarde. Ele vai dar as mãos, vai olhar nos olhos. Ele vai se preocupar em fazer o que nenhum robô consegue: florescer seu lado humano, se conectar verdadeiramente com o outro ser humano que está do outro lado.
O seu foco não será vender ou enriquecer e sim resolver as dores e realizar os sonhos de seus clientes, ou melhor, dos outros seres humanos com os quais ele negocia. E, ao curar as dores e realizar os sonhos deste outros, ele consequentemente se tornará um profissional extremamente próspero, leve, feliz e se sentirá muito mais realizado, pessoal e profissionalmente falando.
Não pense que estou louca quando eu digo que o profissional do futuro será o ser humano do passado. O mercado de trabalho exigirá, sim, muitas habilidades técnicas dos futuros profissionais, mas elas terão prazo de validade menor e não serão mais um grande fator de diferenciação. As habilidades comportamentais, por outro lado, serão cruciais para que qualquer pessoa sobreviva no mercado.
E quais são essas habilidades? Bom, são várias. Uma matéria publicada no site da Revista Exame. Clique aqui para ler.
As 10 competências listadas pela Exame que todo profissional precisará ter até 2020 são:
- resolução de problemas complexos
- pensamento crítico
- criatividade
- gestão de pessoas
- coordenação
- inteligência emocional
- capacidade de julgamento e tomada de decisões
- orientação para servir
- negociação
- flexibilidade cognitiva.
Esta matéria foi publicada em 2016, 4 anos atrás e agora, já em 2020, percebemos que eles foram muito assertivos, que SER HUMANO é a maior tendência dos tempos atuais.
Os profissionais do futuro terão, sim, que aprimorar suas habilidades técnicas e se destacar na sua área de atuação, mas se eles não cuidarem das suas habilidades comportamentais, eles dificilmente sobreviverão no mercado de trabalho.
Outro ponto de incontestável importância é a gestão da Marca Pessoal. Quem não posicionar sua Marca Pessoal de forma congruente, objetiva e estratégica não terá espaço no mercado daqui alguns (poucos) anos. E não ache que é exagero da minha parte! O profissional do futuro precisará conhecer todos os pontos da sua marca e, caso precise, se reinventar! Porque de uma coisa todo mundo tem certeza: as transformações vão continuar acontecendo e, para não perder o lugar, é preciso se transformar junto.
Prova disso são todos os desafios que estamos vivendo e todas as reinvenções que fomos obrigados a fazer em tempo record. Ficou muito nítido que os profissionais que já se percebiam e se gerenciavam como Marcas Pessoais, tiveram muito menos dificuldade de se reinventar e seguir adiante neste momento crítico de pandemia.
Uma das transformações que vem acontecendo e que me faz ter cada dia mais certeza de que o profissional do futuro é o ser humano do passado é a volta do minimalismo. As pessoas “evoluídas” estão vivendo cada vez com menos coisas! Elas querem uma vida mais essencial, com prosperidade, valores e propósito – e o dinheiro vale muito pouco se não estiver ligado a tudo isso, elas não querem mais o dinheiro pelo dinheiro, querem sim, viver momentos e experiências incríveis mas, todas elas com siginificado e atreladas aos seus valores pessoais. Outro indicador importante é a busca por hábitos antigos como andar a pé, andar de bicicleta, dividir a casa com mais pessoas, dar carona, morar perto do trabalho, não ter tanto carro, usar Uber, fazer mais reuniões presenciais (como estamos desejosos pelas reuniões presenciais, nunca sentimos tanta falta de gente como agora, do toque, do olhar, do abraço. Agora sabemos o valor de tudo isso, como nos faz falta e nos torna humanos de verdade. Outro ponto importante é o consumo crescente de produtos naturais e orgânicos, o valor que estamos dando ao feito à mão, ao caseiro, ao personalizado, ao feito sob medida, ao feito para mim, diante disso entendo que estamos fazendo um caminho de volta. Voltar aos hábitos e costumes antigos, ao que antes era comum em nossas vidas e que por um tempo caiu em deususo. Agora é cool fazer compras à granel, reutilizar as embalagens, comprar somente o que precisa, precisar de menos a cada dia, partilhar o máximo, tudo que anos atrás fazia parte do nosso dia a dia.
Estamos resgatando muitas coisas que um dia foram sucesso e andavam esquecidas
Em tempos de modernidade como Spotify temos cases deliciosos como estes:
Além disso, está cada vez mais comum ver pessoas mudando de grandes mansões para apartamentos menores, trocando vários carros na garagem por um só ou, em muitos casos, nenhum – já que os aplicativos de corrida colaborativa crescem cada vez mais, mulheres com closets mais básicos, casas com menos móveis e por aí vai…
Sem contar com o número de pessoas que, no auge da pandemia, foram morar nas cidades do interior, no sítio ou na fazenda para fugirem da morte e lá encontraram a verdadeira vida. Muitos já tem planos de não voltar mais, é por lá que querem ficar.
Muitas pessoas já estão parando de gastar rios de dinheiro com bens materiais e estão se preocupando em acumular experiências – e isso é grandioso! Então aqui vai um conselho: invista seu tempo e seu dinheiro em coisas que te agreguem valor de verdade. Faça cursos, terapias, viaje, vá ao cinema, visite pessoas, compre livros, ria alto, abrace forte, beije muito, diga todos os “eu te amo” que não disse antes, faça as pessoas à sua volta se sentirem importantes, se dê mais folga, organize suas fotos antigas, imprima fotos, passe mais tempo de bobeira, compre um rede para chamar de sua, ouça disco de vinil. Esses, sim, são investimentos que valem muito à pena! Muitos desses prazeres maravilhosos estão proibidos agora, mas quando estiverem liberados, não poupe, se jogue.
Outro conselho: para se destacar como profissional no futuro, comece a mudar suas atitudes hoje mesmo. Assim, você já estará muitos passos à frente quando os próximos tempos chegarem, pois muitos profissionais ainda não se deram conta de que o mais especial que temos é o nosso lado humano, eles ainda estão tentando ser máquinas.
E lembre-se sempre, sempre, sempre: cultive seu lado humano cada vez mais – porque esse é o legado que mais importará quando você não estiver mais aqui.
Se vocês querem refletir um pouco mais sobre o assunto, sugiro que assistam o filme do Steve Jobs (tem na Netflix!). Eu assisti enquanto terminava este artigo e chorei do início ao fim.
O filme deixa claro a urgente necessidade de voltarmos a sermos seres humanos – senão seremos exatamente o que ele foi: apenas um cara genial e não conseguiremos ser seres humanos brilhantes. Ele não conseguiu usar toda sua genialidade para ser uma pessoa melhor e destinou toda sua vida para transformar o mundo com seus produtos, mas não se preocupou em se transformar em um ser humano melhor. Na verdade, percebemos que ele até tentou, mas a vida tem o seu tempo e quando ele estava conseguindo mudar o foco da vida e mudando sua percepção de valores, foi chamado de volta. Deixou um grande legado para nós, transformou a vida de muitos, mas não conseguiu transformar a dele própria. De outro lado, este ano o mundo se surpreendeu ao ver o Dono do Dutty Free se desfazendo da sua fortuna para ter uma vida valiosa.
Silvana você é daquelas que acredita que dinheiro não compra felicidade? Não! De forma alguma, mas acredito que a busca por dinheiro, fama e sucesso tem que ser algo muito embasado e consciente, senão a gente se perde pelo meio do caminho e depois quase que não tem mais volta.
Pois, volta e meia nos deparamos com algumas “aberrações” como estas:
Voltando ao mundo dos “normais”, com esse assunto de genialidade em pauta na minha casa, meu filho de 9 anos brincou dizendo que também era um gênio. Minha tia logo retrucou: “Largue disso! Os gênios são quase todos emocionalmente complicados” e eu concordo com ela. Eu não quero que meu filho seja um gênio, eu quero que ele seja um ser humano genial – coisa que Steve Jobs não teve tempo de ser.
O gênio por trás da Apple foi uma pessoa engessada, fria, metódica e obcecada pela perfeição. Ele não possuía as características do profissional do futuro e sacrificou toda sua humanidade em função dos seus produtos e feitos.
Ao final de sua história, tentou consertar os pontos que “errou” – mas não deu mais tempo!
Eu tenho quase certeza que no seu leito de morte que ele não se arrependeu de não ter sido mais genial e sim de não ter sido mais humano e ter vivido os prazeres simples da vida, as riquezas imensuráveis que temos e não valorizamos. Caso não tenha assistido o documentário da vida dele, assista e analise a inteligência comportamental dele e entenderá o que digo.
Então, para finalizar o artigo, faço um pedido para você e para mim também: construa uma história da qual você se orgulhe desde o princípio. Seja um ser humano do bem e seja feliz durante toda a sua jornada, não apenas no fim – porque ninguém sabe quando o fim vai chegar e, no último suspiro, todos vamos desejar que nossa jornada tenha valido a pena.
Espero que este artigo funcione como uma chave da virada para você e para mim , estou em busca de ser cada dia mais esta profissional do futuro e, por isso, quero reencontrar o meu ser humano do passado.
NÃO SE ESQUEÇA: Muitas pessoas estão querendo virar robôs – e é exatamente o oposto disso que o profissional do futuro deve fazer.
Até que enfim o mundo está se dando conta de que as pessoas são “mais importantes que as máquinas”, que um mundo melhor se constrói com pessoas “melhores”, então, para ser um brilhante profissional do futuro, seja o melhor ser humano do mundo e tudo estará bem revolvido, você será feliz pessoal e profissionalmente. Cuide bem de você, você é tudo que você tem, sua Marca Pessoal é seu grande diferencial.
As empresas estão se dando conta de que o que elas têm de maior inovação, que a sua tecnologia de ponta são as pessoas, que se bem aparadas, direcionadas e estimuladas serão capazes de feitos grandiosos. Costumamos achar que inovação é software, aplicativo, sites e etc, nada disso ,isto é tecnologia inovação é gente, é SER HUMANO.
Deixo aqui para os finalmentes uma frase que alguns dizem que é de Dalai Lama, outros de Confúcio, não importa a autoria e sim o valor da reflexão: “Os seres humanos vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido…”
Agora quero saber, este TEXTÃO fez sentido pra você? Ou acha que eu estou é bem maluquinha? Você quer ser o profissional do futuro?
Silvana Lages
Coach de Marca Pessoal