Eu sempre soube que os maiores aprendizados da vida são adquiridos muito além de escolas e de faculdades – conseguimos aprender com experiências, com problemas, com contratempos e, principalmente, com pessoas.
Crescemos ouvindo que precisamos escutar aos mais velhos porque eles têm muito a nos ensinar, que suas experiências os fizeram pessoas sabias e por aí vai. Isso, de fato, é uma grande verdade – os anos vividos trazem uma bagagem de conhecimento imensurável, que jamais conseguirá ser adquirida com nenhum acervo literário.
Mas o engraçado – e o inesperado – acontece quando você percebe que uma criança de quatro anos também é capaz de promover conhecimentos e lições de moral sem tamanho.
Semana passada, acordei em uma manhã que tinha tudo para ser normal e fui ao parque encontrar o meu filho em um projeto da sua escola.
“Projeto Família” era o nome do programa que promovia um encontro entre os filhos e os pais. Cheguei, arrumei a toalha para o piquenique e fiquei aguardando a chegada do meu menino.
Ele chegou e, ao me abraçar, retirou os óculos escuros que eu estava usando. Era uma acessório bonito e foi escolhido a dedo para aquela manhã – afinal, eu queria [estar bem elegante]( https://silvanalages.com.br/afinal-o-que-e-elegancia/) para um momento tão especial. Ao perguntar o porquê dele ter feito aquilo, o meu filho me respondeu que o motivo era o fato de eu não conseguir enxergá-lo direito e dele não conseguir olhar nos meus olhos enquanto eu usava o acessório, que era algo de grande valor para ele.
Não vou dizer que esse foi o momento no qual eu mais me orgulhei do filho que tenho, mas não posso negar que foi um dos que me deixou mais feliz. Eu tenho um filho abençoado, com um nome bíblico que significa “o iluminado” – e não existiria definição melhor. É uma criança sensível, com uma sabedoria que muita gente mais velha não carrega e eu agradeço todos os dias por isso.
Eu, que sempre soube da importância do contato visual no desenvolvimento de uma relação e sempre respeitei as regras de não usar óculos escuros em ambientes inadequados mas, nunca havia me atinado sobre o quanto um simples objeto pode atrapalhar até uma conversa informal, familiar de forma tão profunda.
Não vou deixar o acessório de lado, é claro, mas vou ficar mais atenta nos momentos para usá-lo e, principalmente, para retirá-lo – e sei que as pessoas ficarão honradas ao me verem fazer este ato. As regras de etiqueta e as revistas de moda permitem, sim, o uso de óculos em lugares abertos, mas cabe a você determinar se é ou não conveniente usá-lo em algumas situações.
Uma vez ouvi por aí que “os olhos são as janelas da alma e, também, as vitrines do coração”. A partir daquele momento com o meu filho, soube que minhas janelas e vitrines jamais ficarão escondidas novamente – ao menos, não enquanto eu estiver com alguém por quem eu me importe tanto. Obrigada por outro grande ensinamento, Lucas.
Se o meu filho te atentou para algo que você também não sabia, comente abaixo o que achou e compartilhe este texto para que mais pessoas possam aprender com ele.