Viva todo tipo de beleza! Ame-se sem neuras, ditaduras ou “padrões”.

Para você que está sentindo-se com a autoestima baixa, comparando-se com os outros, o artigo de hoje poderá fazê-lo pensar melhor a respeito da sua relação com seu próprio corpo. Veja que é possível aceitar-se de forma leve, quando você se liberta de velhos padrões e passa a se valorizar e se gostar, assumindo e identificando sua beleza genuína.

Pela primeira vez na história da revista Playboy, uma gordinha aparece em destaque na capa e a modelo foi Ju Romano, uma blogueira Plus Size.

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Importante ressaltar que a Playboy passou por um processo de reposicionamento nos últimos tempos e não mostra mais mulheres nuas, e sim mulheres com sensualidade. Diga-se de passagem uma bela mudança, uma evolução.

Então, veja que legal essa proposta e o fato de a modelo Plus Size ter aceitado o convite para posar na revista. Isso mostra que ela está com sua autoestima muito bem trabalhada e quer contribuir para o fim do preconceito com certos tipos de corpo das mulheres. Ela defende o respeito ao corpo de cada pessoa em sua única e exclusiva forma.

Eu defendo esta bandeira não por ser gordinha, mas porque fico muito feliz quando vejo todos os tipos de beleza sendo representados. Não acredito em padrão de beleza, eu acredito na diversidade, que todos têm sua beleza, sua essência e seu luxo e, ainda, que a maior beleza é você se amar.

Quando você se gosta, se aceita e está de bem com você mesmo, tudo muda. Ou seja, a percepção que as outras pessoas têm sobre você também muda para melhor; em outras palavras, você percebe que é vista com outros olhos pelas pessoas.

Há alguns anos eu era mais jovem, magra, mas como eu não tinha essa relação boa comigo, eu não me sentia bonita e, por consequência, não era vista ou percebida como bonita.

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E hoje que sou mais velha e gordinha recebo muito mais elogios dos outros e meu para mim mesma do que antes, pelo simples fato de eu ter feito as pazes comigo e me aceitado como sou, me acolhido e ter ido em busca da minha beleza e da minha singularidade.

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Quero deixar claro, que não pretendo fazer apologia a gordura, de fato sou gordinha, lido super bem com isto, longe de ser um problema e graças a Deus tenho uma ótima saúde. Mas, é claro que ser gordo não é bom para mim e nem para ninguém, pois envolve várias questões além da autoestima como saúde e vitalidade. Por isso eu também vivo na luta com a balança…

O que eu defendo é a beleza livre, sem padrões pois muitos estão aprisionados a padrões e não são somente as mulheres gordinhas que têm problemas com autoestima, são centenas de problemas dos mais variados e desafiantes possíveis. Volto a dizer que beleza está muito mais relacionada ao seu processo de aceitação e ao modo como você lida com a vida do que a tipo físico.  Ou seja, uma pessoa que se ama e está sempre de bem com a vida é sempre percebida como mais bonita do que aquela linda cheia de neuras.

E ver a Juliana Romano aceitando este convite é uma grande alegria pois ela está quebrando paradigmas, dando a cara a tapa em nome da diversidade da beleza, pois só as “bonitas” estão em capas de revista e foi uma beleza ver a ousadia dela. Digo ousadia pois a pessoa tem que estar muito bem resolvida porque pode ter certeza que terá um grupo de pessoas amargas e nem sei o que, que irão criticar e chegam até a ofender pessoas como ela.

Você pode sim, chegar ao peso e aparência desejados, mas para agradar a si próprio, e não porque a sociedade ou o outro te pedem. Gostar de si é primordial. Gostar da beleza, sim, mas sem ditaduras, sem imposição, sem doenças.  Uma marca pessoal precisa da beleza, mas uma beleza sadia, essencial e verdadeira.

Juliana Romando, fica a aqui o meu muito obrigada em nome de todas as Mulheres do Mundo. Estamos nos sentindo representadas.

A alegria que sinto ao ver essa atitude da Playboy trazendo a Ju Romano para a revista é a mesma de quando eu vejo os negros tendo sua beleza reconhecida, como foi o caso da eleita Miss Brasil 2016, Raissa Santana. É muito bom ver a diversidade do nosso país sendo enaltecida, já que vivemos num lugar tão plural, onde têm brancos, negros, mulatos, ruivos, variados formatos de olhos. E que viva a beleza! Beleza sim, ditadura não. Uma Marca Pessoal precisa de verdade, de expressão, de espaço, não de ditadura, normas e padronização.

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As pessoas devem se achar bonitas como elas são. Um grande exemplo disso é Lizzie Velasquez, de quem eu já falei uma vez aqui no blog e vale a pena repetir. Ela possui uma síndrome rara que a impede de ganhar peso não importe quanto ela coma. E devido a seu físico ela sofreu bullying na internet e foi colocada como “a mulher mais feia do mundo”. O amor próprio de Lizzie foi tão maior que as críticas recebidas, que ela se empoderou e reverteu esse infeliz título que deram a ela em conquistas pessoais.

Veja a grande lição que esta mulher incrível deu ao mundo:

https://www.youtube.com/watch?v=fNmce4c-_CQ

E nós, por muito menos, reclamamos e hostilizamos os outros. Por isso, para mim a mulher que eles chamaram de a mais feia do mundo é, na verdade, uma das mulheres mais lindas do mundo.

É de extrema importância mostrar nosso apoio ao movimento que a Playboy se dispôs a iniciar para incentivá-los a continuar cada vez mais nessa linha de valorizar diferentes tipos de beleza, sem ditaduras. Costumamos ver as próprias pessoas criticando quando a mídia apresenta negros, gordinhos, baixinhos ou belezas diferentes do “padrão”. Mas se a população não manifestar apoio ao novo posicionamento das revistas, dos concursos de beleza e das propagandas, elas tenderão a voltar com os padrões de beleza regrados. Afinal, elas são movidas pelo comércio e o mesmo precisa agradar a maioria para ter lucro. Ninguém tem interesse em colocar na prateleira um produto ou conteúdo que não é bem aceito e bem vendido, e então vamos dar o nosso like, nosso aceite, nossa aprovação.

Então temos que nos educar para aceitar movimentos como esse,porque a partir desse momento nós nos libertamos e libertamos o outro. Falamos muito em ser livres, mas para isso não podemos também aprisionar o outro e nos apoiar a condicionamentos.

Viva a beleza plural!

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