Eu não invento as histórias que conto. Meus alunos é que recheiam meu repertório de historinhas muito divertidas.
Ninguém nasceu sabendo, cada cultura tem suas particularidades e não é crime desconhecê-las. Por isso, algumas saias justas e gafes acontecem.
Uma jovem, dessas charmosíssimas “gatinhas” que fazem sucesso nas baladas da “high society”, ficou noiva de um executivo alto padrão. E logo foi convidada para conhecer o alto escalão da família. Pediu conselhos a uma prima, mais conhecedora de etiqueta do que ela, e lá se foi para o jantar de gala, já de posse de alguns conhecimentos novos.
Linda, um sucesso! Foi quando, já à mesa, colocaram uma espécie de xícara de duas alças à sua frente, um líquido desconhecido lá dentro. “Ah! – pensou – deve ser a tal da lavanda para lavar os dedos… mas a prima tinha dito que só vem depois da refeição… tudo bem!”. E, com muita categoria, mergulhou os dedinhos no consomê fervendo.
Pois é, minha gente. É bom saber que a tal xícara de duas alças traz sempre um caldo fino e delicado, uma sopinha, em geral muuuuito quente, para abrir a refeição. Ela se chama “taça” de consomê e vem com uma colher de sobremesa para a pessoa tomar as primeiras colheradas. Depois segue bebendo como quem bebe chá ou café com leite.
Cuidado para não confundi-la com a tigelinha sem alças, chamada lavanda ou bowl, que traz água para lavarmos as pontas dos dedos quando usamos as mãos para pegar algum alimento: alcachofras, aspargos, frango à passarinho, costelinhas e, mais comumente, quando comemos alguma fruta à sobremesa.
A jovem da nossa história (verdadeiras as duas, a “gata” e a história) podia ter esperado um pouco para ver como os outros iriam fazer. Depois da gafe, a pobrezinha murchou, de dor e desaponto. Nada mais desolador que uma bela gafe para apagar nossos “brilhos” da inteligência.
Acredite: ainda se usam taças de consomê e lavandas. Mesmo que vocês se engajem no Green Peace, podem ser chamados a jantar com a Rainha da Inglaterra ou da Holanda. E lá vai haver das duas, com certeza…