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  • Escola de Princesas e a vida real

    Escola de Princesas e a vida real

    Por Silvana Lages

    Era uma vez, em uma cidade encantada, uma escola que ensinava princesas a serem prendadas, bonitas e educadas. Parece conto de fadas, mas isso acontece na vida real. Existe no Brasil uma instituição chamada “Escola de Princesas”. Hoje, quero mostrar tudo que há por trás desse conceito…

    Fonte: Nathalia de Mesquita - Arquivo Pessoal
    Fonte: Nathalia de Mesquita – Arquivo Pessoal

    Na Escola de Princesas, as meninas aprendem sobre moral e ética, boas maneiras, postura e comportamento à mesa, limpeza, culinária, lavanderia e prendas domésticas, cuidados de higiene e beleza, comportamento nas redes sociais e até orientação sexual. Se você viu o conteúdo e está visualizando adolescentes como alunas, saiba que não é bem assim; 80% das alunas têm entre seis e oito anos.

    Criando um mundo encantado?

    Não quero que entendam mal, não há nada de errado em querer passar ensinamentos à sua filha. Mas isso precisa ser feito dentro da realidade dela. Nós, mulheres, já nascemos em um mundo todo cor-de-rosa. Somos cercadas de contos de fadas que nos fazem idealizar um mundo que não é real.

    Se, para reforçar isso, a menina aprende a se vestir e se comportar como uma princesa, ela vai se achar como tal – mesmo não vivendo em um castelo e não sendo da realeza. Como resultado, ela pode acabar se sentindo superior às outras coleguinhas, tratando-as como “plebeias”.

    Até quando esse encantamento vai durar na vida real? Muita gente, por exemplo, vira adulta e encontra dificuldades nos relacionamentos porque ainda carrega a síndrome do Príncipe Encantado que vai aparecer em um cavalo branco…

    Regras e liberdade

    Além disso, todo esse conceito de “Escola de Princesas” está cercado de regras que “engessam” as crianças.

    Já falei aqui no blog no artigo Etiqueta e Crianças que não devemos expor nosso filhos muito cedo às regras de etiqueta. A criança precisa ser criança: brincar, pular e se sujar. Se ela ficar preocupada com a postura de princesa e com sua roupa encantada, não vai conseguir se divertir: que é a melhor coisa de ser criança.

    Fonte: Nathalia de Mesquita - Arquivo Pessoal
    Fonte: Nathalia de Mesquita – Arquivo Pessoal

    Precisamos, sim, dar educação as crianças ensinar regras de etiqueta, mas de uma forma sutil, sem querer que elas se transformem em pequenas Damas e Príncipes. Estes ensinamentos são importantes e quanto mais cedo vierem melhor a criança vai assimilar; mas não podemos deixar que elas deixem de ser criança e curtir a fundo todas as possibilidades.

    E tem mais, as crianças aprendem brincando e se divertindo, se privarmos elas disso, estamos prejudicando seu desenvolvimento intelectual.

    Impondo um padrão

    Outra coisa prejudicial nessa história é o fato de que, nessa Escola de Princesas, as alunas irão aprender desde cedo qual é o conceito de beleza ideal. É aquela beleza que encontramos nos contos de fada: cabelos loiros, lisos, peles perfeitas, unhas impecáveis… não há defeitos nas histórias encantadas. Mas na vida, quando o visual delas não corresponder ao dos contos de fada, como elas irão lidar com isso?

    O mundo cor-de-rosa

    Agora, trago um importante questionamento feito por uma criança em uma loja de brinquedos e que tem tudo a ver com as questões que estamos trazendo sobre a “Escola de Princesas”.

    Veja:

    Então, você sabe responder por que as meninas só podem comprar brinquedos rosas e os meninos podem comprar de todas as cores e coisas muito mais divertidas? Você reparou que na Escola de Princesas não há ensinamentos sobre, por exemplo, “Criatividade” e “Inovação”?

    A princípio eu até achei legal a ideia da escola, mas depois fui refletindo e percebi que realmente eu estava enganada.

    As crianças – sejam meninos ou meninas – precisam ser crianças e ser estimuladas desde cedo a fazer coisas divertidas, criativas, inovadoras. Para tudo isso, é preciso liberdade. As regras são, sim, importantes, mas a liberdade de escolher o que quer ser também é essencial. E as opções das meninas podem ir além do mundo rosa.

    paismodernos-princesas

    Não diga às crianças que elas deve ser princesas ou fadas ou qualquer outra coisa. Deixe elas serem crianças e descobrirem o melhor caminho para elas.

    Silvana Lages - baixaSilvana Lages

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  • Etiqueta e crianças: como deve ser essa relação?

    Etiqueta e crianças: como deve ser essa relação?

    Por Silvana Lages

    Recentemente recebi e-mail de um menino de 12 anos dizendo que gostava muito de etiqueta e que estava interessado em fazer um curso.

    Vejam só, tão novo e já se preocupando com sua Imagem Pessoal!

    Isso me inspirou a escrever este artigo. Como ensinar etiqueta para as crianças e a partir de que idade devemos nos preocupar com isso? Você sabe? Não? Então acompanhe meu raciocínio.

    Como começar

    Crianças e etiqueta

    Antes de mais nada devemos lembrar que a infância é uma época muito rica! Cada dia é um turbilhão de aprendizados e as energias parecem ser inesgotáveis. Criança deve ser criança. Correr, brincar, pular, sujar, gritar… tudo isso faz parte desse tempo tão gostoso de nossa vida, e não devemos privá-las disso.

    Porém, nada o impede de, aos poucos, ir ensinando às crianças algumas regras de etiqueta que as ajudarão futuramente a se adaptar ao ambiente corporativo de maneira mais fácil. Se deixar elas totalmente soltas vai ser muito difícil depois para que se encaixem nas normas da sociedade.

    Como ensinar etiqueta para crianças

    Mas, se você está se pergunta de que forma pode ensinar a etiqueta a seus filhos, a resposta é simples: por meio de suas próprias atitudes.

    Veja abaixo o vídeo “Criança vê, criança faz”, que mostra exatamente o que quero dizer:

    As crianças aprendem pelo que vivenciam em seu dia a dia. E os pais são sempre os maiores influenciadores. É assim com tudo: desde as primeiras palavras até os valores morais que passamos a elas (como vimos no vídeo).

    Com a etiqueta também é assim! Muito mais do que por aquilo que falamos, é pela forma como agimos que mostramos qual é a melhor maneira de se comportar na sociedade.

    Então, não adianta, por exemplo, dizer a uma criança que mastigue de boca fechada se você fica de boca aberta enquanto come. Se a criança vê seus pais falando com a boca cheia de comida, ela vai achar que isso é o certo.

    Quando começar a ensinar etiqueta a crianças?

    Quanto à idade ideal para começar a passar alguns ensinamentos não há nada muito estabelecido. Cada criança tem seu jeito e sua forma de perceber as coisas. Vai depender muito do nível de maturidade de cada uma.

    O que vale nessa hora é o bom senso dos pais de saber identificar o momento de deixá-la ser criança dando liberdade a ela e, ao mesmo tempo, sempre que possível, ir passando aos poucos os ensinamentos sobre o comportamento adequado. Se seu filho, por exemplo, tem dificuldade com os talheres, tudo bem ele comer a coxa de frango com as mãos. Mas vá pedindo para ele tentar usar o garfo e a faca. Aos poucos ele vai aprender e logo estará comendo como o papai e a mamãe.

    Silvana Lages - baixaÉ na infância que adquirimos o maior número de conhecimento, e é também nessa fase da vida que aprendemos mais rápido. Então, não prenda seus filhos a regras rígidas de etiqueta, mas dê o exemplo sempre para que ele aprenda observando seus maiores professores: os seus pais.

    Silvana Lages