Categoria: Sabor e Saber

  • De lavandas e taças de consomê

    De lavandas e taças de consomê

    Por Esther Soares Proença

    Eu não invento as histórias que conto. Meus alunos é que recheiam meu repertório de historinhas muito divertidas.

    Ninguém nasceu sabendo, cada cultura tem suas particularidades e não é crime desconhecê-las. Por isso, algumas saias justas e gafes acontecem.

    Uma jovem, dessas charmosíssimas “gatinhas” que fazem sucesso nas baladas da “high society”, ficou noiva de um executivo alto padrão. E logo foi convidada para conhecer o alto escalão da família.  Pediu conselhos a uma prima, mais conhecedora de etiqueta do que ela, e lá se foi para o jantar de gala, já de posse de alguns conhecimentos novos.

    Linda, um sucesso! Foi quando, já à mesa, colocaram uma espécie de xícara de duas alças à sua frente, um líquido desconhecido lá dentro. “Ah! – pensou – deve ser a tal da lavanda para lavar os dedos… mas a prima tinha dito que só vem depois da refeição… tudo bem!”.  E, com muita categoria,  mergulhou os dedinhos no consomê fervendo.

    Sabor e Saber - Etiqueta a mesa

    Pois é, minha gente. É bom saber que a tal xícara de duas alças traz sempre um caldo fino e delicado, uma sopinha, em geral muuuuito quente, para abrir a refeição. Ela se chama “taça” de consomê e  vem com uma colher de sobremesa para a pessoa tomar as primeiras colheradas. Depois segue bebendo como quem bebe chá ou café com leite.

    Cuidado para não confundi-la com a tigelinha sem alças, chamada lavanda ou bowl, que traz  água para lavarmos as pontas dos dedos quando usamos as mãos para pegar algum alimento: alcachofras, aspargos, frango à passarinho, costelinhas e,  mais comumente, quando comemos alguma fruta à sobremesa.

    lavanda ou bowl

    A jovem da nossa história (verdadeiras as duas, a “gata” e a história) podia ter esperado um pouco para ver como os outros iriam fazer. Depois da gafe, a pobrezinha murchou, de dor e desaponto. Nada mais desolador que uma bela gafe para apagar nossos “brilhos” da inteligência.

    Acredite: ainda se usam taças de consomê e lavandas. Mesmo que vocês se engajem no Green Peace, podem ser chamados a jantar com a Rainha da Inglaterra ou da Holanda. E lá vai haver das duas, com certeza…

    Esther Proença Soares

    sabor e saber - esther proenca soares

  • Afinal, o que é elegância?

    Afinal, o que é elegância?

    Por Esther Proença Soares

    Ditadura da Beleza x Consultoria de Imagem - Silvana LagesElegância é postura correta, não só corporal, mas também nas atitudes.

    Elegância é harmonia, é medida certa na composição das formas, no uso das cores, no uso dos espaços – onde o menos é mais.

    Elegância é sobriedade nos gestos, no uso do perfume, no tom da voz.

    Elegância é espontaneidade, sabendo falar: como, quando, o quê?

    Elegância é determinação, é clareza, é simplicidade, é limpeza.

    Elegância é adequação aos momentos e aos eventos.

    Elegância é ousadia, mas com cautela, é discrição com classe não ultrapassada, nem radical.

    Elegância é responsabilidade, é respeito pelas regras da cultura do grupo.

    Elegância é chegar suavemente e ser percebido como se sinos saudassem sua entrada. Na arte dramática, a rapidez é o ritmo próprio da comédia. A lentidão é o ritmo da tragédia. Entre um e outro, existe a serenidade, o tempo necessário para você ter o domínio de sua presença.

    Mas, elegância é também alegria de viver, é partilha de energias positivas, é não vampirizar os presentes com uma enorme lista de dores, doenças, desafetos e desgraças.

    Elegância é respeito pelos momentos felizes dos Outros, tão importantes para Você também ser feliz.

    Elegância é respeito por Você mesmo, Você, que significa tanto para que o mundo seja melhor e mais bonito.

    Esther Proença Soares 

    sabor e saber - esther proenca soares

  • Mesa, Mandala, Magia

    Mesa, Mandala, Magia

    Por Esther Proença Soares 

    Aprendi com Lillian Eichler no livro “Book of Etiquette”, do começo do Século XX,  que “o refinamento e a elegância estão muito mais no coração e no espírito do que nas aparências externas. Pelo que fazemos e dizemos é que provamos que essas coisas existem verdadeiramente dentro de nós”.

    “Mesa, mandala, magia, ciclo energético. Ponto de encontro da família, dos amigos. O que nela existe, ou o que nela falta, faz a História.”

    MONTAGENS (2)

    “Forma delicada de exprimir amor. Prazer de dizer quão importantes as pessoas são para nós. Escolha carinhosa do que elas gostam de comer. Em casa, escolha das coisas bonitas que temos, toalhas, porcelanas, cristais, talheres. Arranja-se tudo como elas e nós gostamos. Flores, frutas… num ritual que se repete a cada dia, a cada ano, a cada século. Carinho que aparece também ao escolher um restaurante onde serviço e cozinha têm reconhecida qualidade.”

    MONTAGENS (8)

    “Adequação, um item importante. Aos momentos e a cada evento. Medidas corretas, sem demonstrações de força, sem exibicionismos. Saber adequar – a cada situação – escolha de convidados, cardápios, arranjo de mesa.

    Sobre todas as coisas, quando a regra não convier, o bom senso a dizer como agir. Serenidade, bom humor e criatividade, para que o inesperado traga o sabor sempre bem recebido da novidade, da surpresa. Porque é celebração: da amizade entre pessoas que se querem bem. Somente aqui o sentido, o significado.”

    MONTAGENS (95)

    Com certeza nada mudou na etiqueta básica. Comportamentos corretos, éticos, elegantes continuam sendo pontos de partida para quem acredita na importância desse momento em que família e amigos repartem o alimento e multiplicam o querer-bem. Assim deve ser a mesa, principalmente, um momento de alegria e confraternização amorosa.

    Esther Proença Soares

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